quarta-feira, 28 de maio de 2008

Cultura do descartável...

A cultura do popular e do descartável continua em força a assaltar, diariamente, as nossas casas.

Somos levados a consumir um produto pré-fabricado e assumidamente banal. Como muitos de vós, por certo, já se aperceberam falo da televisão e da força arrebatadora, que este imponente meio de comunicação vai assumindo de forma muito invasiva no nosso quotidiano.

Todos os dias somos confrontados com os programas que “eles” nos querem vender, com as noticias que suscitam polémica e enchem os tablóides, com a musica e as novelas de jovens que se vão assumindo como actores ou músicos sem terem tido o esforço e a luta que muitos de nós tiveram para singrar na vida. É justo e legítimo que esses jovens tenham a sua oportunidade, afinal a liberdade pela qual o país lutou e a necessidade de criar oportunidades tem verdadeiramente de existir. Mas penso ser importante a questão: “ Então e o que é feito de todos aqueles que desde cedo enveredaram pelo estudo do teatro, da musica, da dança em conservatórios e escolas que lhe potenciaram o esforço e a dedicação e que fizeram deles artistas? Que é feito desses lutadores? Será justo apenas ter-se direito a figurar nos ecrãs de televisão ou ser ouvido porque se tem um rosto bonito e se está catalogado numa qualquer agência de modelos? Não deveremos nós dar aos que trabalham para o ser, o que é deles também por direito? Ou será que quem se forma, por o fazer, perde estas oportunidades?

É em muitas destas respostas que os meios de comunicação têm responsabilidades, por grande parte das vezes (quase sempre?) seguir o caminho mais fácil, do mais rentável, afinal também eles são empresas! Se por um lado estes assumem um papel de imensa responsabilidade, não é menos verdade que os públicos também a têm, a bem dizer o problema é estrutural, os públicos necessitam de reconhecer e quem tenha a capacidade de demonstrar a qualidade dos artistas daqueles que verdadeiramente não o são, reconhecer o que é trabalho artístico de qualidade do que é uma mera cópia da cópia da cópia… anteriormente pensada, por outros.

Não se pode assaltar a sociedade e os produtos que esta consome não podem vir com a validade (qualidade?) comprometida ou estragada (ou sem ela?). É pois necessário bom senso e o acto de questionar se o que nos é apresentado corresponde aos nossos ideais, se é feito respeitando os conhecimentos que fundaram este ou aquele saber (pessoalmente considero-o fundamental). Acho que nos andamos a acomodar ao simplismo e à inércia, é pois momento de valorizar o que temos de positivo e depurar o que vai mal em Portugal.
Não estou a querer passar ideias ou ideais políticos, de todo mesmo! Não sou contra os meios de comunicação social, não sou definitivamente contra este país de tanta história, tradição e cultura (esquecidas muitas vezes…), sou sim, a favor de uma sociedade que reja por princípios de justiça e que valorize os que pretendem avançar e apresentar trabalho que revele qualidade. Portugal necessita dessa qualidade não de quantidade.
Um abraço a todos
João
Texto elaborado por: João

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