No fim de contas, tudo se resume a mais e mais dinheiro e não ao bem-estar dos criadores. As companhias discográficas processam startups acabadinhas de criar por jovens empreendedores apenas com o objectivo de ficarem com mais dinheiro, mesmo quando essas empresas ainda não dão lucros. Só que esse dinheiro que é normalmente cobrado em nome dos artistas acaba muitas vezes por não ir parar às mãos destes. Basta referir os exemplos do YouTube e do Napster.
Como se isso não bastasse, parece que ainda há gente que quer ajudar as companhias discográficas a engordar as suas contas bancárias, não obstante a descida das vendas de discos. Veja-se o caso da proposta esdrúxula apresentada por Will Page, economista da sociedade britânica de cobrança de direitos de autor MCPS-PRS Alliance e nosso já velho conhecido, em conjunto com David Touve, um estudante de doutoramento na Universidade de Vanderbilt.
De modo a evitarem correr o risco de serem processadas por não pagarem as licenças devidas às editoras pela distribuição online de músicas protegidas por direitos de autor, Page e Touve sugerem que as empresas de música online podiam em alternativa oferecer à indústria discográfica por via das entidades de gestão de direitos de autor a possibilidade de fazerem uma sociedade. Esta foi, aliás, a solução arranjada pelo MySpace para de uma só vez resolver o seu lítigio judicial com a Universal Music e lançar uma nova plataforma de música.
Como Eliot Van Buskirk explica no Listening Post, a sociedade apresentar-se-ia sob a forma de um empréstimo convertível em dinheiro que daria às empresas a possibilidade de usarem toda a música que quisessem de borla. No caso de serem posteriormente compradas por um grupo económico de maior dimensão, este último teria que pagar um determinado montante à sociedade de cobrança de direitos de autor. Caso contrário, esta teria direito a uma fatia dos lucros da empresa.
Mas será esta uma boa solução? Oferecer uma parte do fruto do nosso trabalho a alguém que não contribuiu em nada para ele? Num artigo publicado no Music Thinktank, Andrew Dubber responde negativamente a essa questão e propõe algo radicalmente diferente: um Prémio para a Inovação da Indústria Discográfica. O plano seria dividido em três fases:
As novas startups de música online podem registar-se para inovar de uma forma competitiva.
Todas as startups que se registaram ficam isentas de todos os pagamentos por direitos de autor durante os seus dois primeiros anos de actividade, de modo a facilitar e a incentivar um crescimento rápido.
A melhor e a mais bem sucedida startup recebe um prémio monetário no valor de dez milhões de dólares da parte da indústria discográfica.
Embora alguns possam comentar que esse tipo de prémio apenas seria um incentivo para as empresas oferecerem a maior quantidade de música possível “à pala” , parece-me que no final toda a gente acabaria por ganhar mais. O concurso funcionaria como uma espécie de tubo de ensaio onde todas as experiências de modelos de negócio poderiam coexistir sem correr o risco de serem “sufocadas” pelo perigo iminente de um processo legal.
A verdade é que uma empresa que queira lançar um projecto inovador de música online actualmente apenas tem duas hipóteses: ou paga adiantamentos exorbitantes para assegurar o direito de reproduzir toda a música pertencente aos catálogos das majors ou então é meia bola e força e rezar para que o serviço seja um sucesso fenomenal capaz de despertar o apetite de um tubarão. De qualquer forma, aconselho-vos a ler os comentários ao artigo do Andrew porque ele desencadeou uma conversa bastante interessante entre apoiantes e detractores da ideia.
Como se isso não bastasse, parece que ainda há gente que quer ajudar as companhias discográficas a engordar as suas contas bancárias, não obstante a descida das vendas de discos. Veja-se o caso da proposta esdrúxula apresentada por Will Page, economista da sociedade britânica de cobrança de direitos de autor MCPS-PRS Alliance e nosso já velho conhecido, em conjunto com David Touve, um estudante de doutoramento na Universidade de Vanderbilt.
De modo a evitarem correr o risco de serem processadas por não pagarem as licenças devidas às editoras pela distribuição online de músicas protegidas por direitos de autor, Page e Touve sugerem que as empresas de música online podiam em alternativa oferecer à indústria discográfica por via das entidades de gestão de direitos de autor a possibilidade de fazerem uma sociedade. Esta foi, aliás, a solução arranjada pelo MySpace para de uma só vez resolver o seu lítigio judicial com a Universal Music e lançar uma nova plataforma de música.
Como Eliot Van Buskirk explica no Listening Post, a sociedade apresentar-se-ia sob a forma de um empréstimo convertível em dinheiro que daria às empresas a possibilidade de usarem toda a música que quisessem de borla. No caso de serem posteriormente compradas por um grupo económico de maior dimensão, este último teria que pagar um determinado montante à sociedade de cobrança de direitos de autor. Caso contrário, esta teria direito a uma fatia dos lucros da empresa.
Mas será esta uma boa solução? Oferecer uma parte do fruto do nosso trabalho a alguém que não contribuiu em nada para ele? Num artigo publicado no Music Thinktank, Andrew Dubber responde negativamente a essa questão e propõe algo radicalmente diferente: um Prémio para a Inovação da Indústria Discográfica. O plano seria dividido em três fases:
As novas startups de música online podem registar-se para inovar de uma forma competitiva.
Todas as startups que se registaram ficam isentas de todos os pagamentos por direitos de autor durante os seus dois primeiros anos de actividade, de modo a facilitar e a incentivar um crescimento rápido.
A melhor e a mais bem sucedida startup recebe um prémio monetário no valor de dez milhões de dólares da parte da indústria discográfica.
Embora alguns possam comentar que esse tipo de prémio apenas seria um incentivo para as empresas oferecerem a maior quantidade de música possível “à pala” , parece-me que no final toda a gente acabaria por ganhar mais. O concurso funcionaria como uma espécie de tubo de ensaio onde todas as experiências de modelos de negócio poderiam coexistir sem correr o risco de serem “sufocadas” pelo perigo iminente de um processo legal.
A verdade é que uma empresa que queira lançar um projecto inovador de música online actualmente apenas tem duas hipóteses: ou paga adiantamentos exorbitantes para assegurar o direito de reproduzir toda a música pertencente aos catálogos das majors ou então é meia bola e força e rezar para que o serviço seja um sucesso fenomenal capaz de despertar o apetite de um tubarão. De qualquer forma, aconselho-vos a ler os comentários ao artigo do Andrew porque ele desencadeou uma conversa bastante interessante entre apoiantes e detractores da ideia.
Artigo retirado da página http://remixtures.com/
Sem comentários:
Enviar um comentário